Um segmento, sobretudo de evangélicos históricos, a sustentar
que Israel, como povo, perdeu
definitivamente a sua condição especial, visto que Deus estabeleceu, em Cristo,
uma nova ordem gentílica, digamos, de salvação. Moisés e a lei, nesta linha de
raciocínio, já não mais fazem sentido na construção de nossa história
espiritual.
Claro! Se percorrermos avenida de mão única, vamos
selecionar textos bíblicos que irão nos passar a impressão de que Israel, na
condição de povo, não mais faz parte do propósito divino. Já cumpriu o seu
papel e...acabou.
Não me parece bem assim. As profecias, e sobretudo Paulo em
Romanos, deixam claro que Israel, em termos de remanescente, ainda(e como!),
faz parte do propósito de Deus.
No outro extremo, vamos nos deparar com um pré-milenismo exacerbado,
que glorifica o atual estado judeu e, ostensivamente, simpatiza com a postura
intransigente e intolerante dos governantes de Israel.. Vê neles uma espécie de
irmãos de fé e de ideais messiânicos. Entende que a Eretz Israel precisa ser realizada a qualquer custo e preço. Os
palestinos que se danem!
Está havendo, a meu ver, uma radicalização à direita.
Qualquer pessoa, minimamente sensata, verá, nas correntes judaicas ortodoxas da
atualidade, o mesmo legalismo, a mesma intolerância, dos fariseus da época de
Cristo e de Paulo.
Acho esquisito esse retorno eufórico e acrítico de parcela
ponderável da igreja a símbolos e
práticas judaicas ou judaizantes. Querem até mesmo me convencer de que a guarda
do sábado judaico, por parte da igreja, se constitua em sinal de retorno da
mesma às suas origens. Pelo menos foi o que ouvi de um pastor.
Sinceramente, tenho minhas dúvidas. E que dúvidas! Estivesse
o apóstolo Paulo ente nós hoje e voltaria a lamentar: “Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos
foi Jesus Cristo exposto como crucificado”?(Gl.3.1)
A Estrela de David, posto que bonita e significativa para
nós, em nossa herança espiritual comum com os descendentes de Abraão, jamais
poderá ofuscar a rudeza mas grandiosidade da cruz vazia. Latina, é verdade, mas
nela o Cordeiro se deixou imolar a favor de sua amada igreja. É o que penso e creio.
Dnl
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