As igrejas vivem aprisionadas a confissões de fé, a costumes arraigados e elevados à condição de indiscutível e acabada verdade.
Os dogmas, as práticas eclesiásticas, as heranças culturais, os valores menores e/ou periféricos se sobrepõe às verdades essenciais, em detrimento dos grandes referenciais de fé que, assim, ficam invertidos ou mesmo apagados.
Quando o membro de determinada comunidade cristã quebra um ou alguns desses valores, mais eclesiásticos que teológicos, normalmente sofre sanções e passa a ser considerado “desviado”, apóstata da fé evangélica.
Não vejo dessa maneira. Porque, para receber o estigma de “apóstata”, teria que renegar a pessoa do próprio Cristo. Recuar da fé a um nível tal que não mais viesse a reconhecer, e isto de modo consciente, deliberado e continuado, no sangue de Cristo, o remédio divino para os pecados. Cristo já não mais seria reconhecido e aceito como a encarnação da graça.
Para tal pessoa, de fato não ha saída, visto que a salvação passa, necessariamente, pelo sangue de Cristo. Deus não proveu um outro caminho que não a Cruz. E ela terá rejeitado essa única e suficiente provisão divina para o problema do pecado e da condenação.
É evidente que tal situação diz respeito àqueles que nunca foram nascidos de novo, que nunca receberam a nova natureza em Cristo.
Portanto, infringir práticas eclesiásticas; renegar heranças culturais e, mesmo, verdades periféricas, menores, contextuais, se deplorável, não caracteriza, em nenhum momento, apostasia da fé cristã.
Apostasia é, então, renegar a pessoa de Cristo; deixar de reconhecer nela o Cristo Filho de Deus Salvador.
O texto de Hebreus 10:26-31, se polêmico, é também elucidativo:
a) Tendo “Recebido pleno conhecimento da verdade”. Que ou quem é a verdade? CRISTO!
b) Preferiu viver “voluntariamente” em pecado. Que pecado? Qual pecado traz consigo a condenação? A resposta está no próprio texto, versículo 29:
“...calcou os pés o filho de Deus, e profanou o sangue da aliança!”
c) Quem desse modo procede está “ultrajando o Espírito da graça”
Que, então, vem a ser “apostasia”? Reitero: a rejeição consciente e deliberada da própria pessoa de Cristo. “Conhecê-Lo” (entre aspas mesmo!) e, depois, renegá-lo.
Tem muita gente boa de Deus, nascida de novo, que ama a Jesus, mas que, em razão de fraquezas pessoais ou do desamor da chamada igreja, vive à margem, ferida, insegura; atormentada pela dúvida e consumida por contínuo sentimento de culpa.
Escutem, vocês, sofredores! Quem de fato está em Cristo é uma nova criatura em qualquer circunstância da vida. A eventual ruptura com um sistema eclesiástico nem de longe quer dizer ruptura com a pessoa do Cristo Ressurreto A segurança nEle é total e definitiva. A graça de Deus é infinitamente maior que suas fraquezas e nada fará diminuir o amor de Deus por vocês.
Não se esqueçam nunca: “Onde abundou o pecado superabundou a graça”. Reconheçam-se livres para cantarem com entusiasmo e segurança o velho hino de nossos pais:
“Em nada ponho a minha fé
Senão na graça de Jesus;
No sacrifício remidor,
No sangue do bom redentor
A minha fé e o meu amor,
Estão firmados no Senhor,
Estão firmados no Senhor”
Abração,
Dnl
Graças a Deus por isso, porque sinceramente eu estou de saco cheio dessas praticas eclesiásticas e "verdades" religiosas que nao levam ninguém a nada. Estou muito cansado disso tudo, porém com o coração ardente e esperançoso naquEle por quem minha alma clama. Jesus de Nazaré.
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