A missionária e
escritora Rosallee Appleby, ícone dos batistas nacionais e, de fato, uma santa mulher, tinha aversão a apelidos. Nem tanto ao mar nem tanto à praia. Há
apelidos e apelidos. Nada mais doce que chamar de Déia a minha doce mulher. Se, no entanto, depreciam, escracham e
constragem, os apelidos se tornam pecaminosos e devem ser de todo evitados. Não
é o caso do Dani(Daniel Jr.), que assimilou bem os seus e, nostálgico, deles
faz menção com graça e carinho.
Vamos ao texto do
Dani:
Domingos, Miguel, Miguelão, Miguelaço
Acordei inspirado a
falar do passado, mais precisamente dos apelidos que têm me seguido desde a
adolescência. Nada contra quem nasceu Miguel ou Domingos, mas eu nasci Daniel,
nome com jeito de realeza, afinal o daniel bíblico era um príncipe. Após todos
estes anos sofrendo o desaforo deste rebaixamento a miguel e domingos, me senti
no dever de explicar como o aviltamento foi, paulatinamente, se tornando
verdade, pra não dizer pesadelo.
Início dos anos 80.
Eu, um adolescente por volta dos 13 ou 14 anos. Tenra idade que Dani e Gute já
deixaram prá trás, e, logo, chegará a vez do Gabriel. Aí que frio na barriga
sempre que olho pra trás e vejo como esta vida é fugaz! É por isto que o
pregador do Eclesiastes escreveu que tudo nesta vida é vaidade.
Vaidade no hebraico é
hãvel, que significa além de sopro, vapor, bolha, qualquer coisa invisível que
logo desaparece. Esta idéia de não ter substância real aplica-se aos ídolos
(Jeremias 51.18) e aos que o adoram (Isaias 44.9). Igualmente são as
proclamações dos falsos profetas (Ezequiel 13.1-23) e até as melhores virtudes
humanas quando comparadas com a retidão de Deus e a Sua Palavra (Salmo 39.5;
62.9).
Bem, voltando às vacas
frias, no início da adolescência eu formava uma espécie de quarteto fantástico
com mais três amigos: Rovilson César Passos, Davidson Vieira Barbosa e José do
Carmo Felipe Rosa, vulgo Zezé.
Éramos inseparáveis.
Em casa, na rua (trabalho, nem pensar), na igreja, nas brincadeiras e nos
intermináveis papos furados de adolescente. Tempinho bom aquele! Como pôde
passar? Por negligência, afastamo-nos completamente uns dos outros como se
nunca tivéssemos estado juntos. Lição para os mais novos: cuidem das amizades!
Não deixem que faculdade, trabalho, namoro etc sirvam de pretexto para deixar
evaporar relacionamentos que um dia foram importantes pra vocês.
Pois bem, modéstia à
parte, eu tinha a fama de atrair a atenção das garotas, e o Rovilson começou a
me chamar de Daniel das girls que soava como “daniél das guéus”. Com
o tempo, o Zezé resolveu avacalhar, me chamando de Daminguel. Daí pra frente
foi um pulo para ocorrer novas derivações. Aqueles que não entendiam bem o
contexto das piadinhas do “quarteto fantástico”, achavam que daminguel era a
soma de domingos e miguel. Assim, alguns assumiram que eu era Domingos, e
outros, Miguel. Houve mais sofisticação, é claro. Á época, havia um comercial
de pneus que dizia “é mais que pneu, é pneu com aço, é pneuaço”, e a brincadeira
foi: “é mais que miguel, é miguel com aço, é miguelaço”. Manelzinho até hoje me
chama de Miguelaço! Quanto ao domingos, quem parece ter gostado mais da alcunha
e se tornado grande promotor dela foi o Matias.
Enfim, caminhando para
os 50 anos, não podia deixar de compartilhar ao menos com minha família o
histórico desta esculhambação que me persegue até hoje quando piso em terras
mineiras.
Bjs,
Dani
Nossa! Se soubesse que o texto cairia na rede tinha caprichado mais no purtuguês.
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