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quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Tenho publicado neste blog textos curtos, levando em conta a correria e o ativismo de uma época rasa, quando não mais se tem tempo nem gosto e prazer pela leitura. O presente texto, um pouco longo, foge à regra. Trata-se de mensagem do Pastor José Rego do Nascimento, proferida ao microfone da Rádio Guarani, em Belo Horizonte, creio que em 1959. Portanto, mais de 50 anos. Vivi aqueles dias que impactaram a minha adolescência e ainda hoje influenciam a minha caminhada de fé. Enquanto digitava o texto me emocionava e orava no sentido de que muitos pudessem ler, sobretudo pastores e líderes.

Ao Único Deus!                    


O homem que Deus usa
                                                            José Rego do Nascimento
   
“E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu a não destruísse; mas a ninguém achei” (Ezequiel 22:30)

Deus busca homens. Busquei um homem!
Deus não usa organizações, programas, concílios; Deus usa homens.                        

Podemos planejar sabiamente e contar com os recursos técnicos e financeiros abundantes, mas se os seus executores não forem homens que Deus usa, os resultados se mostrarão irrisórios e nulos.

Em contraste, se houver homens sábios em Deus;  cheios do seu Espírito Santo, qualquer plano, por mais elementar que seja, produzirá resultados positivos. Porque Deus não usa planos, usa homens. Homens como João Batista; com uma missão: Preparar o caminho do Senhor. Com uma mensagem: Arrependei-vos porque a vós outros é chegado o Reino dos Céus. Alicerçado numa tremenda convicção: O machado já está posto à raiz da árvore.

E possuía somente isso. Sim, possuía alguma coisa mais: Era  cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe. Eis o maior dentre os homens nascidos de mulher. Abalou toda a Palestina para o reduto do Jordão, em Betânia, onde pregava e batizava. “Então saiam a ter com Ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão”. Não porque tivesse alguma coisa com que atrair, mas porque Deus o usava. Externamente, era um desajustado social. A sua grandeza era interna; vinha do Espírito de Deus que o possuía plenamente. Nada tinha que mostrar aos homens, pois não lhes falava aos olhos. Falava-lhes ao coração.  Diante dos olhos humanos era desprezível, estranho, desajustado. A sua mesa era composta de gafanhotos e mel silvestre. Vestia-se de peles de camelo, presas por um cinto de couro à altura dos quadris. Calçava sandálias. Não operou um só milagre. Um sequer. Não pregava nas praças nem em templos, mas no deserto. Era rude, grosseiro e só.

Não conheceu o assentar-se aos pés dos mestres rabinos; o deserto foi o seu seminário. Por isso não possuía título pomposo ou simplórios apostos. Não era “S.Revma.” Ou “Exmo. Sr. Dr. João”, mas simplesmente “João, o batista”. O que batiza. Mas abalou uma nação. Arrastou o povo das casas para o deserto. Fez tremer no seu palácio, Herodes, o Tetrarca. Simplesmente por uma razão: Deus o usava. Era um homem usado por Deus. Deus usa homens.

Por que Deus usou esse homem? Porque ele não era um caniço que o vento balouça, disse o Senhor Jesus. Um caniço manejado pelo vento.Era firme no caminho do Senhor, na sua missão, pagando qualquer preço. Os ventos dos interesses secundários não o abalavam. A sua missão e privilégios espirituais valiam muito mais que um prato de lentilhas. Preferia comer gafanhotos e mel silvestre honrando o seu Senhor que vender a sua primogenitura. Não era um caniço, era um homem. E Deus usa homens.

Era alguma coisa mais. É ainda o Senhor quem no-lo diz: Era uma lâmpada que ardia e alumiava. Não era a luz; a luz era Cristo. Era simplesmente uma lâmpada ardendo e espargindo o testemunho de Cristo. “Importa que Ele cresça e que eu diminua”  “Sou indigno, de abaixando-me, desatar as correias de suas alparcas”. Aos cinco meses de idade, quando sua mãe ouviu que o Senhor Jesus era nato, estremeceu de gozo na sua madre. Aos cinco meses  já vibrava por Cristo; há muitos que envelhecem frios e indiferentes ao seu Salvador.

Era ainda alguma coisa mais. Ele mesmo respondeu ao fariseu que o inquiria: Sou uma voz!  Uma voz, não um eco. Não era um simples repetidor de palavras sem alma, vazias, e inúteis. Ecos! Era um homem com uma mensagem viva e poderosa, contundente, experimental. Era um profeta. Um responsável. Uma voz. Terrível. Incomprometida. Profética. De Deus.

Deus usou esse homem. Sem títulos, sem dinheiro, sem amigos, sem lugar para reclinar a cabeça, sem cadeira no Sinédrio e sem cátedra na Sinagoga. Mas Deus não opera através de títulos, dinheiro, ou cátedras. Usa homens. E João era um homem capaz de ser usado por Deus. E Deus o usou. Pois não tendo a sua vida por preciosa, e conhecendo dos valores eternos que nos aguardavam nos céus, ousou colocá-la no altar do sacrifício, contanto que o Senhor nele fosse glorificado. Morrer para o mundo, viver para Deus. Esses os homens que Deus busca para usar.

Amado ouvinte, escuta! Já pensaste que tu és esse homem que Deus está buscando, hoje, para usar poderosamente? Um homem para interceder, um homem para testemunhar, um homem para morrer? Escorraçado, injuriado, perseguido, mas poderoso em Deus? Levando almas a Cristo, pregando a sua Palavra, empurrando a sua igreja para as fontes de Pentecoste? Sentes que vale a pena pagar tal preço pela glória de ser profeta usado pelo Senhor? Então entrega-te agora ao Senhor de todo o teu coração. Vai, busca um lugar à parte e ora. Oferece-te inteiramente ao Senhor. Apropria-te pela fé da bênção de Pentecoste, e sente-te pleno, cheio do Espírito Santo de Deus. Pois esta é a tua autoridade: Poder de Deus. E na capacidade do teu vaso operarás maravilhas.

Deus usa homens. Capazes de sofrer, capazes de amar, capazes de morrer. Deus não usa teóricos, comprometidos com o mundo, identificados com as suas vaidades e fraquezas, incrédulos e formais. Caniços volúveis e medrosos. Deus usa homens mártires, ontem como hoje, que se queiram comprometer com Ele até a morte. Sê tu um deles, amado irmão. O Senhor espera a tua decisão para transformar-te numa chama viva, ateando no Brasil o fogo de um glorioso avivamento. O Senhor espera por ti. Aceita o seu desafio. Vale a pena. Entrega-te agora.  Pela fé. Inteira submissão. E apropria-te pela oração da benção. Amém! Amém!
Visita feita ao Pr. José Rego na companhia dos meus irmãos Silas e Alberto. Silas, à direita do Pr. Rego, já não mais está; rumou ao encontro do Pai Celestial.

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