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domingo, 9 de setembro de 2012

José Rego do Nascimento


O  presente artigo terá sido escrito pelo Pastor José Rego do Nascimento entre os anos de 1956 e 1960, quando ainda bem jovem. O texto é forte,  bem ao estilo do Rego. Merece ser lido. E refletido!
O seu comentário ou opinião, caso queira fazer, será bem-vindo.
Abração,
Dnl

                    Não resistais ao perverso

“Eu vos digo: não resistais ao perverso. Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra. E ao que quiser pleitear contido a tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. E se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas” (Mateus 5:35-41).

Não resistais ao perverso!

Jesus afirmou serem os seus discípulos “o sal da terra”. Tais homens se assemelham ao sal por possuírem uma qualidade própria a eles inerente, que os conserva intrinsecamente puros e ainda capazes de neutralizar toda a substância corruptora que lhes ataque de fora. Essa realidade nos discípulos  de Cristo, é a Graça. Poder espiritual simples, dinâmico e vitalizante, a vida eterna. Somente os que possuem a graça estão salvos.

Mas o Senhor fala, também, de homens que possuem outro poder. Os perversos. Aqueles “cujos pensamentos do coração são o mal continuamente". Certamente não se refere aos pecadores em geral, simples na sua ignorância, dominados pelas paixões naturais, porém bem intencionados. Espíritos potenciais à percepção do evangelho. Almas a serem salvas. Com os quais os discípulos de Jesus devem se misturar e procurar salgá-los para a salvação.  Por perversos o Senhor se refere a homens que já se fizeram demônios, que “ não se importaram de ter conhecimento de Deus” e “mudaram a verdade de Deus em mentira”, e “se encheram de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídios, contenda, engano, malignidade; detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, inventores de malícias, desobedientes, néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural e sem misericórdia”. Tais os perversos. Dignos de morte e de antemão julgados por Deus. É quanto a esses que o Senhor previne a seus discípulos: Não os resistais! Isto é: Não os enfrenteis de igual para igual. Se o fizerdes certamente sereis destruídos.“Virão sobre vós e vos despedaçarão”. O Senhor manda sofrer, inclusive o dano, contanto que se livre do perverso. Se por circunstância inesperada obrigar a lhe dar a capa, ceda, se necessário, até a túnica. Se obrigar a andar uma milha, ande duas, contanto que do tal se livre. Se num ato covarde, te esbofetear o rosto, aceita impassível e calado, a afrontosa humilhação. “Não resistais ao perverso!” Lutar contra tais homens somente possuindo, assim como eles, armas de malícia. Mas as armas dos discípulos são espirituais. Poderia o discípulo responder blasfêmia com blasfêmia? Mentira com mentira? Injúria com injúria? Certamente, não! Por isso: Não os resistais!

E eu entendo bem o porque do ensino do Senhor. Porque tais já estão pervertidos, apodrecidos, corrompidos. Põe-se sal nas coisas já apodrecidas? Todos sabem que não. Põe-se sal nas coisas mortas, porém ainda não corrompidas. Nessas o sal atua e as neutraliza. Conserva-as saudáveis. Mas nas coisas já apodrecidas, se nelas pusermos sal, será absorvido por eles e o anularão. O sal perderá o seu sabor e se tornará imprestável. O podre anula até o sal. Por isso: Não resistais ao perverso, ao já pervertido espiritualmente. Com tais, nem ao menos comais. Fugi da sua rota. Afastai-vos da companhia deles. Se por qualquer circunstância alguns desses pervertidos cruzar em vosso caminho, seja qual for o dano - sofrei-o! De modo que vos livreis dele. De imediato! Para enfrentá-lo, terão que se identificar com ele, o que significa, expor-se à destruição. Por isso: Não os resistais! O Senhor saberá curar a ferida; dar duas túnicas em lugar da fraudada; tirar o cansaço da caminhada sofrida. E quanto ao perverso, ele “está entesourando ira para o dia da ira e da manifestação do juízo de Deus”. A porção de cada um, o dia o revelará. O ensino é este: “Não os resistais!”
                                                   
                                                                         José Rego do Nascimento
                                      
                                              

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