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domingo, 23 de dezembro de 2012

Ponto final



            “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo”

Nova Canaã, em meus 33 anos,  4 meses e 23 dias como seu pastor titular, fez diferença em Betim e no meio batista nacional. E como fez! Quem conhece a história da presença evangélica em Betim, sabe disso. Pode até não dizer mas sabe que assim é; que estou falando a verdade. Quem não se lembra dos jograis, das cantatas, da campanha “Um só caminho”, do Congresso Nacional Feminino, dos encontros de pastores, dos eventos de impacto em praça pública? A verdade é que a presença evangélica em Betim pode ser dividida em antes e depois de Nova Canaã. O trabalho social do Ponto de Contacto no município e na comunidade quilombola  Pacui II, em pleno agreste mineiro, é simplesmente extraordinário. Sem descurar a pregação do Evangelho, barracos miseráveis de pau-a-pique vão sendo derrubados e, em seu lugar, casas dignas são construídas, na compreensão de que onde o evangelho chega, vidas e estilos de vida precisam ser transformados. A besteirol em cima de Nova Canaã, da minha pessoa e de  minha família, todos,  já por anos distantes da mesma e vivendo uma outra realidade, implica em algo mais que a zoeira de caráter moral e patrulhesco, escondida na fraqueza moral do anonimato(1), típico de quem não é capaz de olhar de frente, bem dentro dos olhos.

Mantenho “ipsis litteris”, o que disse em “Avaliando e reavaliando”, sobre Nova Canaã. Cada palavra e cada frase do referido texto refletem as minhas preocupações que, espero sinceramente, não venham a se confirmar. Qualquer que seja, no entanto, a situação, continuarei  tendo dela as mais gratas recordações, mesmo daqueles dias e noites de soturnos temores, prenuncio de vendavais e tsunamis que se avizinhavam. Afinal, a meia-noite está sempre a proclamar que um novo dia está chegando e que logo os albores infindos estarão novamente tingidos de rosicler.  

Para poupar trabalho à fértil imaginação de eventuais detratores, digo que o meu afastamento ministerial de Nova Canaã não admite, em nenhuma situação
 e circunstância qualquer recuo, qualquer possibilidade de retorno. C’est fini. Acabou! É história. Não mais teria a menor lógica e o menor sentido. Um beócio anônimo imaginou-me arrependido e com íntimo desejo de retorno. Se me conhecesse, jamais diria tamanha bobagem. É completamente outra, hoje, a minha compreensão de igreja, de relevâncias e, mesmo, de ministério. Estou longe de estruturas e empresas religiosas. Também não faço parte do circuito gospel. Nunca fiz! Não estou na corrida do ouro( vil metal, é o que essa gente mais gosta!) e nem participo da olimpíada da fé. O meu conceito de igreja e de caminhada de fé está exposto na “Mensagem Fora do Arraial”, escrita a três ou quatro anos e, agora, disponível aqui no blog. Também nos próximos dias estarei informando sobre a Comunidade (ou Comunidades) Fé Consciente. É só aguardar.

Finalmente, chegaram-me algumas(pouquíssimas) cartas anônimas, de conteúdo crítico mas em linguagem nobre e respeitosa. Contrariando parte do que disse anteriormente, vou publicá-las, na compreensão de que os autores, por alguma razão bem pessoal e específica, preferiram o anonimato. Anônimas ou não, cartas ofensivas e com o claro propósito de achincalhar, sobretudo a terceiros, serão de imediato deletadas. Críticas e discordâncias são necessárias e serão bem-vindas; agressões, sobretudo anônimas, não. É lixo. E lugar de lixo é na lixeira.

Consummatum  est!

Abração,

Dnl

(1) Um anônimo não muito anônimo, visto que, em português canhestro, sequer soube disfarçar sua identidade, defendeu o seu  “direito garantido na constituição brasileira de me expressar no sagrado anonimato(sic)”. Bem traduzido:  “A constituição brasileira me garante o direito do ‘sagrado anonimato’ de ser mau caráter e disso eu não abro mão. De jeito nenhum”. É isso ai, estrangeiro naturalizado brasileiro!

2 comentários:

  1. Pastor,
    realmente é um caminho sem volta...

    Forte abraço!

    p.s. quero ressaltar que nossa Constituição prevê o seguinte, no artigo 5.°, quanto à manifestação do pensamento:
    "IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO O ANONIMATO (grifo meu)"

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  2. Concordo plenamente com o texto e com o comentário da Daniela, realmente nao tem mais volta...

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